Ontem subi a palco, 10 anos quase passados desde a última vez.
Nunca
imaginei a emoção que sentiria até ter entrado nos bastidores, uns minutos
antes de enfrentar um público caloroso, de professores, colegas e alguns familiares
seus, e reviver todas as atuações das Mondeguinas, todos os afinares de instrumento,
todos os vocalizos... Todos os sorrisos e o brilhar dos olhos, cúmplices, de
cada rosto emoldurado por um malmequer daquelas que foram companheiras únicas
de anos de ensaios semanais, viagens, atuações, dias e noites de música, muita
música!
Asa
Branca, do Luis Gonzaga. Musica simples, de iniciantes. Mas as luzes, o
público, as palavras incentivadoras e orgulhosas do grande professor, discípulo
do Altamiro Carrilho, o nervosismo de
ajustar a boca à flauta e tentar soltar um som límpido... os aplausos sinceros,
os abraços das companheiras... tornaram esse breve instante num momento muito
especial para mim.
Depois,
o bandão, momento em que todos os alunos com todos os instrumentos se juntam
nos jardins verdes para prestigiar o Pixinguinha, o Nazareth, o Dominguinhos...
foi indescritível. Visualizei colcheias e semínimas e fusas e semibreves
dançando por cima de nós, a clave de sol saltitando por entre as árvores e
todos os rés e mis e fás, sois, lás, sis e dós em plena sintonia. Senti-me
feliz, e senti que ter entrado na Portátil foi das melhoras coisas que fiz em
2013. Descobri o choro, redescobri-me, reinventei-me. A música é a mais sublime
das linguagens... e poder estudar novos instrumentos, começar novamente do
zero, voltar a ler partituras, vibrar com cada nota que sai bem, com cada
esforço recompensado, com cada música que, por mais simples que seja, vai sendo
aperfeiçoada... é realmente maravilhoso.
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