domingo, 15 de dezembro de 2013

Música, música e mais música...


Ontem subi a palco, 10 anos quase passados desde a última vez.
Nunca imaginei a emoção que sentiria até ter entrado nos bastidores, uns minutos antes de enfrentar um público caloroso, de professores, colegas e alguns familiares seus, e reviver todas as atuações das Mondeguinas, todos os afinares de instrumento, todos os vocalizos... Todos os sorrisos e o brilhar dos olhos, cúmplices, de cada rosto emoldurado por um malmequer daquelas que foram companheiras únicas de anos de ensaios semanais, viagens, atuações, dias e noites de música, muita música!
Asa Branca, do Luis Gonzaga. Musica simples, de iniciantes. Mas as luzes, o público, as palavras incentivadoras e orgulhosas do grande professor, discípulo do Altamiro Carrilho, o nervosismo de ajustar a boca à flauta e tentar soltar um som límpido... os aplausos sinceros, os abraços das companheiras... tornaram esse breve instante num momento muito especial para mim.
Depois, o bandão, momento em que todos os alunos com todos os instrumentos se juntam nos jardins verdes para prestigiar o Pixinguinha, o Nazareth, o Dominguinhos... foi indescritível. Visualizei colcheias e semínimas e fusas e semibreves dançando por cima de nós, a clave de sol saltitando por entre as árvores e todos os rés e mis e fás, sois, lás, sis e dós em plena sintonia. Senti-me feliz, e senti que ter entrado na Portátil foi das melhoras coisas que fiz em 2013. Descobri o choro, redescobri-me, reinventei-me. A música é a mais sublime das linguagens... e poder estudar novos instrumentos, começar novamente do zero, voltar a ler partituras, vibrar com cada nota que sai bem, com cada esforço recompensado, com cada música que, por mais simples que seja, vai sendo aperfeiçoada... é realmente maravilhoso.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vida cheia de vida




Tratar de encher de vida, a própria vida. Valorizar os pequenos pormenores, os simples gestos, viver intensamente os momentos e reconhecer a felicidade em cada um deles no momento em que os estou vivendo, e não quando já passaram e a memória invoca uma eterna saudade. Ter, a cada dia, pelo menos um momento de felicidade. Por simples, banal, fugaz que seja. Mas que provoque um sorriso rasgado, uma sensação de prazer intenso, um brilho no olhar. Não é tão difícil assim!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pôr do sol no Arpoador


Por mais que o sol nasça e se ponha todos os dias, e até na hipotética situação de nunca existirem nuvens nem chuva que impeçam de o ver, não me canso de ver romper o sol por detrás do morro do Leme, cada manhã, nem me desiludo quando o vejo repousar no mar ao lado dos Dois Irmãos, com a Pedra da Gávea ao fundo, no Arpoador. Não, nunca me cansarei por mais que o sol nasça e se ponha todos os dias.
Desde a Pedra do Arpoador, observar o pôr do sol é um verdadeiro ritual. Um tributo à natureza. As silhuetas vão-se aproximando calma e placidamente e procuram o melhor lugar na pedra para assistir ao show. Os casais se abraçam (e)ternamente, algumas crianças se acalmam, os celulares e as câmaras registram, grupos de amigos sorriem e todos, todos olham, extasiados, as cores alaranjadas, amareladas, avermelhadas, que se refletem no mar. O tempo passa vagarosamente, parece até parar, não fosse o movimento decrescente do sol lembrar que os minutos continuam caminhando nos ponteiros do relógio.
E quando aquela bola de fogo desaparece na linha do horizonte, tímidos aplausos rompem o silêncio espontâneo que se havia perpetuado, os olhos se humedecem de lágrimas emocionadas, os rostos sorriem, e uma sensação de paz e plenitude inunda o interior de cada um. Bis!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Agulhas Negras


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Pequenos (grandes) nadas

Ir a casa de uma amiga regar cuidadosamente as plantas enquanto viaja de férias. Emprestarem-me, do nada, um livro porque conta a historia de uma personagem que também adora nadar no mar. Receber um frasco delicado de iogurte natural, feito artesanalmente por uma amiga, que me sabe a infância, a casa, a mãe. Cozinhar granola e bolachinhas de aveia. Colher a rúcula, os pimentões e a hortelã dos vasos do terraço. Escutar uma nova música por indicação de alguém. Chegar a casa tarde, cansada, e ter um  risotto de legumes com um bilhetinho do vizinho: espero que goste, beijos.
Pequenos gestos, pequenos grandes nadas que me arrancam um sorriso e me fazem feliz cada dia!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Metáforas

E aquele instante mágico, durante a prática de yoga, em que o corpo nos surpreende e conseguimos chegar onde antes parecia completamente impossível... Concentração, constância, persistência, dedicação, esforço. Uma metáfora da própria vida.

sábado, 9 de novembro de 2013

Voltar

E é indescritível o bem que me sinto quando, depois de uma viagem, por mais breve que esta seja, volto ao Rio de Janeiro. Aterrando no Santos Dumont, estremeço com aquele céu azul, o sol forte, quente, o Pão de Açucar, o Cristo, a humidade, o mar. Sinto-me bem, enfim. Em casa!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Minas em trabalho

Estou fechada num quarto de hotel de paredes amarelas, com janela virada para uma academia em que pernas ofegantes acompanham a aula de spinning, motivadas pelos gritos de um monitor histérico, e para uma escola de dança em que corpos elegantes deslizam ao som de uma música que se confunde com a música elétrica da academia.
Levanto-me mil vezes da cama, pouso o computador sobreaquecido que me queima as coxas, espreguiço-me, vou à janela ver as pernas ofegantes e os corpos elegantes, espreguiço-me outra vez. E outra. Acho que não existe nenhum músculo das minhas costas que não me doa. Para o lado direito já nem consigo virar o pescoço. O meu cansaço mental, quando não é compensado com exercício físico, se transforma num grande stress e numa hiperatividade, contida de alguma forma, mas insuportável de aguentar.
Estou em Uberlândia, estado de Minas Gerais, trabalhando desde quarta-feira, e têm sido uns dias muito intensos. Acordar às 5h, tomar o café da manhã, pegar taxi para Escolas, uma em zona rural, fantástica, a paisagem bucólica adornou a viagem de meia hora, fazer grupos focais com alunos(as), estar atenta a todos os pormenores, sair derreada pelo ritmo frenético, e com cabeça explodindo de informações, explicar mil vezes de onde sou a todos, que não, não sou de França (não sei porque insistem), falar com as professoras, as diretoras, com todo o mundo que se mostra solícito e simpático, processar rapidamente toda a informação, registrar ao máximo, explicar o motivo da nossa visita, analisar, observar, ser observada, aguentar horas infindáveis sem comer, por fim almoçar, arroz com feijão, mas não é preto como no Rio, ao jantar um verdadeiro pão de Minas tamanho gigante, tarde e noite fechada no quarto do hotel de paredes amarelas, escrevendo relatórios, respondendo emails, fazendo telefonemas. E indo à janela ver as pernas ofegantes e os corpos elegantes. Preparar a atividade do dia seguinte e não dormir antes das 0h30.
Apesar de tudo, do cansaço mental e da ausência de exercício físico que me deixa dorida e nervosa, é muito bom, mesmo, viajar em trabalho. Por sair da rotina, por fazer atividades diferentes, por nos surpreendermos a nós próprios, por aprender muito, por conhecer outras pessoas, outras realidades, e, aqui, outros “Brasius”. Porque não deixa de ser viajar.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tia!

Já sou tia. A dobrar! Eram as 17h40 aqui no Rio, estava dentro de uma reunião de formação e o Nuno ligou, dizendo que tinham nascido há 45 minutos. Não há palavras para descrever a emoção sentida.
Bem-vindos a este mundo, pequenos pimpolhos, que se tornou bem melhor com a vossa chegada!...

domingo, 22 de setembro de 2013

33

Eram as 20h no Rio de Janeiro, meia-noite em Portugal e, por isso, já dia 22. Uma lua enorme, amarela, surgia por detrás do morro do Leme, iluminando a praia e as pessoas que lentamente se foram juntando à volta de uma mesa feita de areia e cangas, decorada com velas e flores oferecidas, e recheada com algumas frutas, queijos, pãezinhos, vinho, biscoitos. A única brisa que havia era quente, e os abraços e sorrisos dos que estavam à minha volta tornaram a noite ainda mais quente, ainda mais aconchegante, perfeita. Não poderia pedir mais. Sem dúvida a presença daqueles tantos outros que estão longe e de quem tenho tantas saudades, mas seria ingrato pedir o impossível, e, de alguma forma, todos estiveram presentes nessa noite longa e perfeita.
No domingo, café da manhã demorado de panquecas e fruta no nosso terraço, e dia de praia na nossa barraca 22 do Leme, com a companhia e a alegria de sempre. E um grande, grande extra, que foi o reencontro com a Té! Abraços quebra ossos, histeria, ânsia por traduzir e resumir as novidades em frases rápidas já com sotaque, por lhe apresentar os amigos novos, reencontrar os amigos que ela já conheceu quando veio cá há 10 meses...
Fim de tarde na Babilônia, no bar do Davi, conversando e comendo feijoada de frutos de mar com os amigos incansáveis, e noite no terraço, com Rich, Té e Andreia, rindo e continuando com a saga de querer contar tudo e saber tudo de uma só vez...
No ano passado, escrevi que durante todo o dia de aniversário senti "alegria e gratidão por, ao longo de 32 anos, ter a sorte de ir agregando à minha vida tantas pessoas e momentos especiais". Um ano mais, já são 33, e sinto exatamente o mesmo! Nestes 365 dias couberam tantas pessoas especiais e tantos momentos intensos, tanta aprendizagem e riqueza emocional, que, assim, não custa ir envelhecendo!