quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Fim-de-tarde em águas serenas

Nadei 1600 metros no treino de hoje. Foi bom demais... o mar estava sereno e macio, nele reflectiam os últimos reflexos de sol,o céu azul intenso, depois as luzes começaram a iluminar toda a orla... Só ouvia o som das minhas braçadas e pernadas e, quando parava, sentia uma tranquilidade tremenda...
Que sorte poder terminar assim um dia de trabalho! Depois ainda jantei em casa com a Elisa, que voltou de Recife para as últimas despedidas antes do regresso a Madrid. Suco de mamão e cenoura, chouriço italiano oferecido pelos pais, jamón serrano trazido pela Té e enviado pelo Rich, torradinhas. Muita conversa e um serão bem passado.

Mangueira e Nelson Sargento


Hoje tive o prazer de estar ao lado do grande compositor, cantor e escritor Nelson Sargento. E na famosa Mangueira. Em trabalho!...

Foi a inauguração de outro projeto da Secretaria de Estado de Ambiente, o Ecomoda, que se destina a capacitar jovens das comunidades pacificadas em moda sustentável (habilitação em costura, modelagem, desenho/ilustração de moda e estamparia) a partir da reutilização de materiais e tecidos de roupas usadas que podem ser reciclados.
A próxima inauguração oficial, se tudo correr bem, será do nosso Comunidades Verdes!!! :)

Falta muito ainda por fazer nas favelas do Rio, mas é bom assistir ao início de projetos e observar os sorrisos e o brilho dos olhos das pessoas que neles vão participar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Visita da Teresa e mais dias intensos

Foi ótimo ter aqui a Teresinha e conhecer a Andreia e a Mafalda! Já estou com muitas saudades...! Foram uns dias maravilhosos!

Começámos com a roda de samba da Pedra do Sal, o habitual programa de segunda-feira, e terminamos com a noite em Santa Teresa e Lapa na sexta-feira e visita à Babilônia e praia no sábado... No meio, jantares nos Comida a kilo de Copacabana, passeios pelo calçadão e forró no Clube dos Democráticos. Muita conversa, gargalhadas, oi cara e legallll. Foi uma semana bem intensa, em que todos os dias pareceram ter muito mais do que 24 horas. Entendes, Teresa, porque me angustia ter que dormir!?? Ela riu-se sem parar. Mas acho que entendeu...

Pedra do Sal
Pedra do Sal
No sábado, depois das despedidas das meninas e de ter ficado um pouco nostálgica, fui a uma festa de aniversário com direito a roda de samba de Benfica e feijoada. Sempre que ouço bom samba relembro o quanto sonhei vir para cá escutando muitas das músicas que agora ouço tendo o Cristo como pano de fundo. E agradeço por estar aqui.
É contagiante a alegria dos brasileiros. O sorriso rasgado nos seus rostos, a euforia com que cantam, a energia e as boas vibrações, a facilidade com que movem os pés e as ancas ao ritmo dos sambas, deixando para trás todos os problemas. É muito fácil ser-se feliz aqui!

Da roda de samba fomos para a Fundação Progresso, onde assistimos desde a segunda fila ao show do grande Seu Jorge. Muito, muito bom...
Daí fomos para um hospital perto da Central, porque o José tinha sido mordido pelo cachorro doido do vizinho lá na Babilônia e o pé estava inchadíssimo... Estávamos ele, a Claire e eu, preparados para apanhar um taxi em direção ao hospital, quando um cara recém-conhecido na fila das bilheteiras pela Claire se ofereceu para nos levar. Acabamos na Barra da Tijuca (bem longe!) porque era o único hospital que tinha vacina anti-raiva e o cara ficou conosco até às 8h da manhã...! A generosidade das pessoas de cá surpreende-me todos os dias. 5 horas no Hospital para ver um pé mordido e dar uma vacina. A saúde pública brasileira no seu melhor.
Regressamos a casa eram 10 horas da manhã, e fomos logo para a praia... a ritmo lento, eu e a Claire como muletas do José. Como dormir com o mar azul ali em frente e o sol quente a chamarem para um mergulho!?? Conversa na praia, mergulhos. Almoço no bar do David. Mais passeios pela praia até o sol se pôr.
À noite mais conversas, limpezas e máquinas de lavar roupa. Quando finalmente caí na cama, o corpo agradeceu, mas mais uma vez comprovei que é uma pena ter que dormir.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

26 de Outubro

Tudo começou quando, de mochila às costas, embarquei no aeroporto de Lisboa rumo a Stuttgart, escala em Frankfurt Am. Estávamos em 2004, e eu tinha acabado o curso há menos de um mês. A dizerem-me xau estavam os meus pais e o Rich.
Hoje faz 8 anos que saí de Portugal rumo à Alemanha e já não voltei mais, excepto por curtos períodos de tempo. Jerez de la Frontera, Sevilha, Madrid, Rio de Janeiro.
Nestes anos, quase uma década,e por todos os lugares por onde passei, aprendi muitíssimo. Outros idiomas, outras culturas, outras formas de estar, de viver. Conheci pessoas maravilhosas, que entraram na minha vida para ficar, e com quem vivi momentos sublimes que nunca esquecerei.
Às vezes gostava de pegar em todas elas e tê-las do meu lado. O preço que se paga por andar de mochila às costas em busca dos sonhos é a saudade das pessoas de quem gostamos. Mas o que se ganha é muito valioso, pois a amizade, os sentimentos, não conhecem fronteiras nem distâncias.
Sinto-me feliz por este caminho recorrido, e por aquele que estou recorrendo agora. E é bom sentir saudades de pessoas, de lugares e de momentos. Isso só significa que vivemos...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Horário de verão e reencontros

Sair do trabalho a horas ditas normais e ser surpreendida com um sol radiante e 35 graus na rua não tem preço... E, como se fosse pouco, estar agora no metrô em direção a Copacabana a ponto de me reencontrar com a Teresa...!! Iupiii!!!

sábado, 20 de outubro de 2012

Dias com mais de 24 horas

Ainda não tinha encontrado o tempo necessário para escrever sobre o fim de semana passado. Foram dias muito intensos...
Tudo começou na quinta-feira à noite, quando toda contente saí do trabalho a horas ditas normais. Encontrei-me na ponta do Leme para tomar uma (cerveja/água de coco) com a Elisa, que estava em modo despedida. Mar bravo, rajadas fortes de vento e chuva como convidados especiais do feriadão. Como não poderia deixar de ser, estes só se foram embora no domingo à tarde, para relembrar que no dia seguinte ia estar sol e teríamos que trabalhar. Em 6 meses ainda não tive nenhuma ponte sem chuva, e isso que até houve muitas!
Subimos o morro em moto-taxi, conversámos com a Natália e o José em casa, e já tarde saímos impermeabilizados para Santa Teresa. Jantamos uma moqueca de peixe no Bar do Mineiro e continuamos a noite pelas ruas da Lapa, entre o Bar da Cachaça e as Escadas Selarón, fugindo à chuva por ali, parando aqui que esta música é boa, indo acolá que a batucada nos chama. Às 4h30 da manhã decidimos ir caminhando para casa, e no caminho contemplámos o amanhecer. Não foi propriamente o nascer do sol... mas o dia nasceu sereno, embora nublado. Chegamos ao Leme eram 7 horas da manhã e ainda me pergunto como pudemos caminhar 2 horas e meia em plena madrugada, sem dormir e sem necessidade nenhuma disso. O modo despedida da Elisa.
Na verdade, para essa noite tínhamos programado subir à Pedra da Gávea, mas como o tempo nos pregou a habitual partida, caminhamos pelas ruas da Glória, Catete, Largo do Machado e Botafogo... 
Comemos pãezinhos quentes com queijo, broinhas de côco e suco de mamão na areia húmida da praia. Subimos o morro a meio da manhã, supostamente para descansar, mas eu não consegui fechar olho... e a Elisa também não. Bate-papo na laje, admirando a vista, seguido de almoço no Bar do David, em Chapéu Mangueira, a favela ao lado da Babilônia. A especialidade, que premiou este famoso boteco: feijoada de frutos do mar.
À tarde fomos para Parada de Lucas. Eu, Elisa, Claire, Jose e Inês, a nova vizinha vinda de Madrid. Tivémos reunião de organização da festa com a Neuza, alguns voluntários e os alunos mais velhos de espanhol, jantámos frango à passarinho na esplanada do Sr. Francisco, esquivando-nos às gotas de chuva que caíam aqui e ali, dançámos no Cá ti espero sambas e pagodes que íamos colocando a tocar na caixa de música, e terminámos no Baile Funk das crianças. Porque dia 12 é o dia delas aqui no Brasil.
Isso foi o mais surreal da noite. Organizado pelos bandidos no brizolão de Vigário Geral, é muito difícil descrever o ambiente e os sentimentos que nos invadiram ao observar o cenário do funk. Já passava da uma da manhã. Crianças de 6, 7, 8, 9... anos. Vestidinhos justos e curtos  em rostos de bebê, calças apertadas, ténis e t-shirts escuras. Escuridão, cheiro intenso a maconha, tchu tcha tcha tchu tcha em alto volume, foguetes, corpos minúsculos balançando-se como adultos, expressões de cara, gestos.
As letras das músicas... Duas da manhã. Três.
No sábado despertámos cansados e reflexivos. Ainda ensonados, tomámos juntos torradas com queijo e fiambre, café com leite, bolo de côco e bananas. E mãos à obra. Embrulhar os brindes, encher balões, decorar a sala, numerar os presentes, preparar as bebidas, fazer pipocas.
12:00 Início da festa de aniversário do CIACAC. Pela lista de presença, passaram mais de 100 crianças pelo espaço pequeno da Instituição. Jogo da estátua. Pinta caras. Trampolim. Rodadas de refrigerante. O palhaço Danilo. Apresentação musical dos leõezinhos. Pipocas. Penteados. Dança da maçã. Cachorro quente. Gargalhadas. 
No fim do dia, varremos os restos de papéis, guloseimas e confetis do chão, nos sentámos à volta da mesa a comer panquecas que a Neuza preparou e brindámos pelo CIACAC.
Foi óptimo regressar. Voltar a ser abraçada pelas crianças, a contagiar-me com a sua alegria e a sua simplicidade. Parte do meu coração ficará sempre com elas e sinto-me feliz por não estar tão longe de Parada de Lucas. Às vezes passam muitas semanas sem eu ir lá, mas vou sabendo de todas as novidades e de alguma forma sinto que estou perto. À distância de dois ônibus. Ou de metrô e trem.
Nessa noite ainda dei um pulinho fugaz na Lapa, resgatando energias de reserva, e no domingo passei todo o dia em casa fazendo bricolage e conversando com os vizinhos.
O grupinho da Babilônia começa a ficar cada vez mais coeso e é muito bom o sentimento de comunidade e solidariedade existente entre todos nós!
Hoje já é outra vez sexta-feira, a semana passou a correr... e comecei bem o fim-de-semana: serão de queijos e vinho português na casa da Marta, acompanhado de muita conversa. A chuva voltou, depois de uma semana quente e ensolarada, mas não impedirá que se façam bastantes programas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Natação no mar

Hoje tive a minha primeira aula de natação no mar. Depois de correr 3 km na areia, uma hora nadando crawl e costas em pleno Oceano Atlântico, com a sua corrente, temperatura baixa e ondulação... fiquei repleta de energia para mais um dia de trabalho.
Já só falta encontrar um grupo de prática de yoga e/ ou pilates para me sentir em plena forma.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Gente humilde

Esta semana temos realizado as aulas inaugurais do Projeto Comunidades Verdes. Hoje foi no Complexo do Alemão e conheci gente humilde num video que o professor passou sobre experiências de agricultura urbana no Rio de Janeiro. Adorei a música, a letra, o momento.
Estava rodeada de gente humilde, cujos olhos brilhavam com a perspetiva de aprenderem a cultivar para mais tarde colher, e dar de comer aos filhos alimentos mais saudáveis. Aprender, multiplicar, gerar renda, ensinar, contribuir para a melhoria do meio ambiente e da comunidade. O projeto está arrancando. Já tem rostos, olhares e sorrisos.


Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Como um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a tudo
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar

Um sonho realizado


Prezada (...),
Tive conhecimento do seu email através do Observatório das Favelas e tomo a liberdade de lhe escrever para pedir assessoramento. Sou graduada em Direito pela Universidade de Coimbra (Portugal) e (...) Actualmente trabalho como educadora de rua num projeto desenvolvido pela Associação La Rueca em Madrid, atendendo a jovens imigrantes em risco de exclusão social. (...) Em 2004/2005 trabalhei também como educadora social numa ONG alemã, em Stuttgart, e colaborei durante muitos anos (...)
Estou muito interessada em ampliar a minha experiência profissional a nível internacional e tenho como objetivo ir para o Brasil muito brevemente. Gostaria muito de trabalhar no âmbito das favelas e, como tal, gostaria de lhe pedir assessoramento em relação a possíveis contatos, informação sobre ongs, projetos existentes, etc.
Muito obrigado por antecipação.
Atenciosamente,

(...)
Há precisamente um ano atrás, em meados de Setembro, comecei a enviar dezenas de emails a várias pessoas que fui encontrando através da árdua pesquisa na internet de ongs que realizassem de alguma forma intervenção social nas favelas do Rio de Janeiro. O meu objetivo era um: vir para cá trabalhar nas favelas. Tinha-me apaixonado por esta cidade em 2010, quando iniciamos aqui a nossa lua de mel e em quatro dias chuvosos passeamos pelo calçadão, pela lagoa Rodrigo de Freitas, Jardim Botânico, Urca, Rocinha. Foi aí que desejei tremendamente trabalhar numa favela.
A busca foi intensa, a luta tremenda, as respostas aos emails foram um sinal. Tive vários sinais. Ao contrário do que estava acontecendo em Espanha, que ninguém me respondia aos emails relacionados com pedidos de trabalho, desde longe me chegaram várias respostas. Uma delas fez-me viajar a Lisboa e conhecer um dos sociólogos mais prestigiados do Rio, passar uma tarde na sala 5-11 do Instituto de Ciências Sociais ouvindo histórias sobre as milícias, os bailes funk, a vida nas favelas, as transformações da cidade partida... enfim, conhecimento puro. Saí com o Vida sob Cerco, Violência e Rotina nas favelas do Rio de  Janeiro debaixo do braço. Assinado: À Ana Olívia, esperando que consiga aquilo a que se propõe, e que esta coletânea possa ajudar. Lisboa, out 2011.
E consegui. Lembro-me disso todos os dias e agradeço tremendamente estar vivendo esta realidade que já foi um sonho. Por isso momentos como os de hoje são tão especiais. Fui à apresentação do livro O Novo Carioca, cujos autores receberam em seu dia, há precisamente um ano atrás, um email meu a pedir assessoramento. Cruzo-me diariamente com pessoas diretamente relacionadas com a luta pelo respeito dos direitos humanos nas favelas, com a intervenção social, a mediação de conflitos, a implementação de políticas públicas. Estou entre elas. Trabalho com elas. Vivo no Rio. Vivo numa favela. E tudo tem sentido, um ano depois.
PS: E daqui a 4 horas terei que acordar para ir trabalhar no Complexo do Alemão...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Deixa a vida me levar, vida leva eu...

Uma das coisas que mais gosto no Rio de Janeiro é a espontaneidade e a improvisação com que tudo acontece. É fàcil começar uma conversa no ônibus com a senhora de idade que está ao nosso lado e nos comenta você não é daqui!. É fácil estar saindo do trabalho rumo a casa, receber mensagem da Claire e da Bea dizendo que estão no Leme, conversar com elas durante uma hora em frente ao mar, comprar pizzas e passar um agradável serão com elas, os companheiros de casa e os vizinhos. Não é preciso ter os dias programados... e é até melhor assim, pois para o bem e para o mal as coisas aqui quase nunca acontecem como programadas!

sábado, 13 de outubro de 2012

Parada de Lucas, 6 meses depois do primeiro dia

Estou em Lucas, postando desde o meu celular. Ao fim de mais de 44 horas sem dormir, aqui estou no quarto que me abrigou os pensamentos e inquietudes durante os três meses que aqui trabalhei e vivi.
Há 2 meses que não vinha cá!! Parece incrível, mas o tempo passou rápido demais! E muita coisa mudou... agora o quarto tem beliches e estou dormindo com mais 6 pessoas! A Elisa, que se vai embora (ainda não acredito, pois ainda agora chegou...), a Claire, terceira geração de professoras de espanhol do projeto, o Jose, vizinho equatoriano, a Inês, que chegou hoje à Babilônia e já veio connosco, uma ex-voluntária de CIACAC e a sua filha.
Foi uma noite muito especial. Amanhã faremos a festa de aniversário de CIACAC e vou rever os alunos e alunas, matar saudades de todos...
Voltar a Lucas está provocando emoções intensas.  Escreverei com mais tempo, agora tentarei dormir...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

6 meses

10h00: Neste preciso momento, há 6 meses atrás, estava aterrando no aeroporto Santos Dumont.
Na grande mochila verde-lima trouxe muitas ilusões, expectativas, sonhos, desejos.
Agora, no meu cantinho da Babilônia com vista para o mar, sinto que a mochila já não será suficiente para guardar tudo o que ganhei nestes 6 meses. E não me refiro aos novos livros sobre favelas cariocas que fui acumulando, à liquadora que comprei para fazer sucos ou ao par de bikinis que os pais me ofereceram. Não. Na verdade, até me habituei a viver com pouco. Mas tenho aprendido tanto, tenho vivido tão intensamente, tenho conhecido pessoas tão interessantes, que me questiono: ¿quantos meses podem caber em 6 meses? Porque aqui no Rio parece que os dias e os meses valem por muito mais, pela intensidade dos seus momentos. Pela rapidez com que tudo acontece. A embriaguez de emoções contraditórias. A luta diária. O exotismo. A espontaneidade das pessoas.

PS: vou dar uma cochilada que ainda não dormi (passarei a explicar mais tarde) e um longo dia me espera!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sol, calor e amigos



Fim-de-semana de eleições, sol, muito calor, água de côco, música e amigos.
Como já disse antes, aqui não é necessário planificar os dias para que aconteça sempre algo. 
Saio de casa para correr e acabo por ficar todo o dia na praia na conversa com a Natália. O José liga para ir à feira do Lavradio (adiada por causa das eleições, mas quem ia adivinhar?) e de caminho na combi aguento um funk ensurdecedor e a condução desgovernada do motorista. Subimos as escadas Selarón e a Marta jà está no Parque das Ruinas a contemplar o pôr-do-sol com outros amigos. De repente jà somos um grupo de 13 pessoas a pedir caipirinhas numa esplanada de Santa Teresa. Uma limonada para mim, por favor. E húmus para petiscar. Continuamos pelo Bar do Gomez e acabamos debaixo dos Arcos da Lapa ouvindo samba. Encontro casualmente um colega de Madrid com quem fiz o curso de monitor de tempo livre e flipamos com a coincidência. Ficamos na conversa até à hora de ele ir pegar o avião ao aeroporto e regressamos à nossa Babilônia, não sem antes dar um salto na padaria aberta 24 horas para comer um salgadinho. E rir à gargalhada quando a Natália insiste que existe um lugar chamado Copanema e decide perguntar às pessoas em volta.
Durmo apenas 4 horas porque não quero desperdiçar os 30 graus que se fazem sentir às 9h da manhã. Observo a multidão de pessoas que desce o morro para votar e recebe dos propagandistas um panfleto de ultima hora exclamando o número no qual tem de votar. Vote neste pelo menos para vereador. Muita conversa com a Elisa na praia, gargalhadas e mergulhos num Atlântico congelado. Muita conversa com o Danilo ao fim da tarde, passeio pelo calçadão e horas assistindo a um cantor e guitarrista que lembrava velhas músicas dos anos 60 e 70. Às 20h conhecemos as araras do Rio num cinema de praia. Ecrã gigante na areia e uma multidão descontraída a rir das aventuras do Blu e da Jade. Vou a casa dos vizinhos pôr roupa a lavar e tomamos mate durante horas de conversa. Olho para o relógio e já são as duas da manhã. Confirmo no calendário, e amanhã já é segunda-feira.