Om mani padme hum

Depois de uma semana tensa, de demasiado trabalho... com visitas às quatro comunidades em que temos o projeto, entrevistas aos monitores(as), professores(as) e alunos(as), reuniões atrás de reuniões, telefonemas, listas intermináveis de demandas... e de saír vários dias às 21h do ISER cheia de fome e com a cabeça latejando de cansaço... agora só me apetece ouvir e praticar o mantra om mani padme hum.

Relaxar. Praticar yoga.

Que saudades das aulas do Angel!!!!

Curso de jornalismo literário

O jornalista é o corpo avançado do leitor. Hoje tive a última aula do curso de Jornalismo Literário com a Alexandra Lucas Coelho, correspondente do Público no Rio. Ainda me falta redatar a minha reportagem, que pelas circunstâncias vividas terá de ser uma crônica....

Aprendi muito, conheci pessoas interessantíssimas e fiquei com ainda mais vontade de escrever. De observar e de escrever. Por favor, tragam-me mais tempo! (e uma mesa, também dava jeito...) :D

32 Primaveras (literalmente)

Sempre que faço anos aproveito para fazer uma avaliação do ano que vivi, para lembrar-me das pessoas que me são especiais, recordar os aniversários passados, com quem e onde estava, como me sentia...

Este foi o primeiro ano em que estive mais longe da cidade onde nasci, mas talvez mais perto da terra onde deveria ter nascido. De alguma forma, desde que cheguei (e já disse isso muitas vezes) sinto como se pertencesse a este lugar.

Ontem senti boas energias. Recebi telefonemas inesperados, mensagens de imensos recantos do mundo, vídeos que me emocionaram (sim, Rita e Henrique! adorei!) e tive a sorte de estar acompanhada de pessoas maravilhosas que me mimaram e tornaram o dia bem especial.

Despertei bem cedo, fui caminhar e correr na praia, tomei o café da manhã na areia, depois andei em bicicleta... e assim passei a minha manhã, ativa! O tempo não estava perfeito, mas pelo menos não choveu e pude fazer desporto!!!

Almocei feijoada com alguns amigos na rua do Mercado com roda de chorinho. Delicioso e harmonioso. A flauta transversal,o pandeiro, o saxofone, cavaquinho, violão... numa mistura encantadora que nos embalou! Depois tomámos uma cervejinha (leia-se água de côco, no meu caso) em frente ao mar e fomos para a Babilônia... Quando cheguei a casa, a Natália, minha companheira de casa, tinha preparado juntamente com os vizinhos (uma brasileira, um equatoriano e uma argentina) uma pequena surpresa! Adorei o gesto! Cantaram os parabéns, fizemos um lanchinho, mais gente se juntou à festa e a conversa durou até às 3h da manhã...

Ao longo de todo o dia, senti o carinho também de quem está longe... senti-me perto!... também senti nostalgia, saudade... muita!... mas alegria e gratidão por, ao longo de 32 anos, ter a sorte de ir agregando à minha vida tantas pessoas e momentos especiais.

Primavera!

Amanhã, pela primeira vez em 32 anos, começa a Primavera e não o Outono no lugar onde estou a viver e a celebrar o meu aniversário. Eu bem dizia que devia ter nascido no Brasil, pois me identifico muito mais com a estação do renascer das flores do que a do cair das folhas.

Mas a previsão do tempo é esta. Super favorável aos meus planos de fazer a trilha do Pão de Açucar durante o dia e um luau pela noite na praia do Leme.

Rio de Janeiro

Amanhã (22/09/2012)

25º

16º

:: ENCOBERTO A NUBLADO COM CHUVA.

Ventos: FRACOS/MODERADOS C/RAJADAS
Direção do vento: SW-SE
Tendência da temperatura: LIGEIRO DECLíNIO
Nascer do Sol: 05:42h
Ocaso do Sol: 17:48h

Roda de samba na Babilônia

3:30 am: Cheguei agora da roda de samba que (ainda) está rolando aqui mesmo ao lado de casa. Pandeiro, pés saltitando freneticamente, cavaquinho, sorriso nos rostos, reco reco, os vizinhos do lado sem o uniforme do Morar Carioca, banjo, caldo de feijão, violão, corpos embalados e ritmados, baixo, muita alegria, viola, sou feliz por viver aqui, percussão.

 

Ninguém sabe a mágoa que trago no peito
Quem me vê sorrir desse jeito
Nem sequer sabe da minha solidão
É que meu samba me ajuda na vida
Minha dor vai passando, esquecida
Vou vivendo essa vida do jeito que ela me levar

Vamos falar de mulher, da morena e dinheiro
Do batuque do surdo e até do pandeiro
Mas não fale da vida, que você não sabe
O que eu já passei
Moço, aumenta esse samba que o verso não pára
Batuque mais forte, a tristeza se cala
Eu levo essa vida do jeito que ela me levar

É do jeito que a vida quer

É desse jeito

Para vocês que estão desse lado

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Canção América de Milton Nascimento

Churrasco na Laje

Hoje houve churrasco na laje. O primeiro de muitos, espero. Bem ao jeitinho carioca, embora tivesse sido temperado com várias nacionalidades: portuguesa, espanhola, brasileira, argentina, equatoriana, colombiana, francesa. A espanhola ganhou com grande destaque.

 Durou das 16h30, quando os primeiros convidados chegaram ao cimo do morro entre suor, carne e cervejas, e acabou já passava da 1 da manhã, com os últimos a descer com garrafas vazias e pedindo que se repetisse muito em breve.

Lá em cima, com o Oceano Atlântico como pano de fundo, as casinhas sobrepostas caindo pelo morro, a lua cheia iluminando a laje, cruzaram-se amigos e amigas, amigos de amigos, vizinhos da Babilônia, o proprietário da casa (que veio colocar a luz e acabou por ficar como churrasqueiro oficial),  a diretora de Español para Tod@s que está cá de visita, uns espanhois que estão de viagem e nos conhecemos ontem... enfim!... muitas conversas, sorrisos, gargalhadas, entre linguiça, pão de alho e farofa. Foi óptimo!

E assim está oficialmente inaugurada a casa, que embora ainda não tenha quase nada dentro, tem na verdade o melhor de tudo: uma paisagem deslumbrante e espaço para partilhar com os amigos momentos deliciosos como os de hoje.