segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Despedidas de 2012

É bom demais estar no Rio de Janeiro, com o Rich do meu lado, vivendo os últimos momentos de 2012.  A cidade está há vários dias em contagem decrescente, ao rubro, quente, com milhões de forasteiros a inundarem as ruas e as praias...
Saio deste ano bem diferente de como entrei, e isso se deve a tudo o que vivi e aprendi aqui.
Para 2013... só quero continuar a ser feliz. Nesta cidade que me apaixona cada dia, no emprego que me realiza, rodeada de pessoas fantásticas que se vão cruzando no meu caminho, desfrutando intensamente desta vida frenética, caótica, e ao mesmo tempo descontraída que aqui se tem. Com muita saúde e com o Rich do meu lado.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

Conduzindo pelo Rio

Quando a moça do rent a car me disse que poderia ser a segunda condutora do carro alugado pelo Projeto, mesmo com carta de condução portuguesa, sabia que ali começava um novo desafio. Conduzir no Rio de Janeiro, entre ônibus desenfreados, camiões rápidos e poeirentos, motos serpenteando velozes e apitando, carros, combis, vans que se atravessam à frente, passam pela direita, travam, aceleram, fazem o inimaginável, é, no mínimo, uma aventura temerosa.
Porém, depois da primeira vez que peguei no carro, com o meu colega do lado dormido e sem acudir aos meus pedidos de e agora por onde é?, dei por mim a conduzir sozinha em plena Avenida Brasil até ao Batan (favela a 42 km do centro), a explorar as ruas do Complexo do Alemão e a subir os morros a pique da Formiga e do Fogueteiro...
E agora lá ando eu, minúscula, absorvida por esse caos indescritível e essa poluição, com quase 40 graus de temperatura a desfigurarem o asfalto, dentro de um fiat uno climatizado ouvindo música clássica. Crio a minha própria borbulha dentro do carro, para poder sobreviver à tensão exterior. E que tensão!!!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Hasta pronto, Jose

Ficam muitas palavras por dizer, muitas gargalhadas por soltar, muitos abraços por dar, muitos momentos por viver.
Odeio despedidas.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Trem do samba (I)

- Vocês de onde são? 
- Eu, de Espanha.
- Ah!
- De Portugal.
- Aiii Cachopa!
- Eu também de Espanha.
- Ah! Olhos bem abertos, sorriso rasgado no rosto.
- Você... e você... de Espanha, sejam muito benvindos ao  meu país. Sejam mesmo muito benvindos. Aperto de mão caloroso. 
- Então e eu? Expressão indignada, incrédula. 
- Você?... Não precisa... você está em casa.

Início de uma alegre conversa com um Velha Guarda da Escola de Samba da Mangueira, tocador de surdo.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Madrid

Assim que cliquei no botãozinho vermelho para desligar a chamada do skype, liguei a saudade.
Estive a conversar e a ver por webcam o pessoal de Madrid, reunidos lá em casa pela festa de aniversário do Rich. As fotografias na parede, a garrafeira lá ao fundo, o Ricardo sentado no puff do lado esquerdo, a mesa cheia de iguarias já comidas, o Henrique olhando para baixo, a Rita a tricotar seu cachecol de lã, a Carla sorrindo no sofá, o Rich do lado direito quase em cima da câmera, o Grony aparecendo de vez em quando.
Relembro com saudade esses serões em que, por algum que outro pretexto, nos reuniamos lá em casa para conversar, comer queijo semi curado, rir, jamón serrano, contar as novidades, picos, fazer planos, guacamole, tortilha.
Quando pensava em um dia hipotético sair de Madrid, o que mais me custava era deixar as pessoas e esses momentos para trás. Lembro-me da pergunta que a Carla me fez no último serão que tive lá em casa, o da despedida, Mas tu vais regressar?.... Claro que sim, só vou por três meses! Embora tivesse o desejo de conseguir um emprego e de ficar por cá, realmente vim com bilhete de volta para três meses. Talvez por isso as despedidas tenham sido muito mais fáceis. A bagagem bem mais leve.
Agora a Carla pergunta-me: Então para te voltarmos a ver temos que ir ao Rio, é isso? (...) É, é isso... e tento justificar. Já se passaram quase 8 meses. Por um lado, não me dei conta que o tempo passou. Por outro, nestes quase 8 meses cabem tantas, mas tantas experiências, riquezas, aprendizagens, mudanças, que parece que saì de Madrid há muito mais tempo. Está tudo presente e ao mesmo tempo distante. É algo contraditório, que não consigo explicar.
Uma vez o Nuno Gabi comentou que seria tão bom se vivessemos todos na mesma cidade. Eu não estava, mas acho que pelo contexto e forma como foi dito, desencadeou uma gargalhadada geral e motivo de brincadeiras. Mas tinhas razão! Se pudesse, juntaria todas as pessoas que tenho vindo a conhecer ao logo da minha vida no mesmo lugar.
Páro para pensar.
Que lugar escolheria?
Ouço o pagode que vem lá do fundo, do Bar da Amizade (coincidência, acreditem!) na Ladeira Ary Barroso.
Olho as luzinhas no mar.
Balanço-me na rede.
Encontro esse lugar.

Cuando un nombre se escribe en el corazón, ni el tiempo ni la distancia lo borran si tú lo reescribes cada día.