sábado, 1 de dezembro de 2012

Madrid

Assim que cliquei no botãozinho vermelho para desligar a chamada do skype, liguei a saudade.
Estive a conversar e a ver por webcam o pessoal de Madrid, reunidos lá em casa pela festa de aniversário do Rich. As fotografias na parede, a garrafeira lá ao fundo, o Ricardo sentado no puff do lado esquerdo, a mesa cheia de iguarias já comidas, o Henrique olhando para baixo, a Rita a tricotar seu cachecol de lã, a Carla sorrindo no sofá, o Rich do lado direito quase em cima da câmera, o Grony aparecendo de vez em quando.
Relembro com saudade esses serões em que, por algum que outro pretexto, nos reuniamos lá em casa para conversar, comer queijo semi curado, rir, jamón serrano, contar as novidades, picos, fazer planos, guacamole, tortilha.
Quando pensava em um dia hipotético sair de Madrid, o que mais me custava era deixar as pessoas e esses momentos para trás. Lembro-me da pergunta que a Carla me fez no último serão que tive lá em casa, o da despedida, Mas tu vais regressar?.... Claro que sim, só vou por três meses! Embora tivesse o desejo de conseguir um emprego e de ficar por cá, realmente vim com bilhete de volta para três meses. Talvez por isso as despedidas tenham sido muito mais fáceis. A bagagem bem mais leve.
Agora a Carla pergunta-me: Então para te voltarmos a ver temos que ir ao Rio, é isso? (...) É, é isso... e tento justificar. Já se passaram quase 8 meses. Por um lado, não me dei conta que o tempo passou. Por outro, nestes quase 8 meses cabem tantas, mas tantas experiências, riquezas, aprendizagens, mudanças, que parece que saì de Madrid há muito mais tempo. Está tudo presente e ao mesmo tempo distante. É algo contraditório, que não consigo explicar.
Uma vez o Nuno Gabi comentou que seria tão bom se vivessemos todos na mesma cidade. Eu não estava, mas acho que pelo contexto e forma como foi dito, desencadeou uma gargalhadada geral e motivo de brincadeiras. Mas tinhas razão! Se pudesse, juntaria todas as pessoas que tenho vindo a conhecer ao logo da minha vida no mesmo lugar.
Páro para pensar.
Que lugar escolheria?
Ouço o pagode que vem lá do fundo, do Bar da Amizade (coincidência, acreditem!) na Ladeira Ary Barroso.
Olho as luzinhas no mar.
Balanço-me na rede.
Encontro esse lugar.

Cuando un nombre se escribe en el corazón, ni el tiempo ni la distancia lo borran si tú lo reescribes cada día.

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