quarta-feira, 15 de agosto de 2012

4 dias de solidariedade

Após quatro dias de cama (i.e, de colchão), e sem água na favela, hoje finalmente tudo pareceu voltar à normalidade. Ainda não me sinto com a energia habitual (ao descer o morro sentia-me mais bem uma tartaruga, tal era a lentidão dos meus passos...), mas pouco a pouco estou recuperando. 
Estive de molho com uma inflamação no estômago e passei um bocado mal. Mas destes dias guardarei comigo todos os gestos e atitudes daqueles que me cuidaram e fizeram sentir que não estou sozinha por estes lados.
O vizinho do lado que me trouxe paracetamol na noite em que estava passando pior. O senhorio que me fez um chá de boldo e me levou ao posto médico da comunidade no outro dia de manhã. O agente comunitário de saúde, a enfermeira e o médico que me atenderam muitíssimo bem. A Elisa que me trouxe um vaso de flores, me preparou arroz, me lembrou de tomar a medicação, me impediu de fazer esforços e mandou mensagens quando não estava ao meu lado. O Danilo que me ofereceu um ramo de margaridas, me preparou o café da manhã, fez mais arroz, me encheu a geladeira com fruta, trouxe-me desenhos e livros. A vizinha espanhola que me visitou e me tentou animar. A vizinha de baixo que me deixou tomar banho em sua casa quando a água chegou à caixa dela (à minha caixa só chegou 1 dia depois) e insistiu para contar com ela para o que fosse preciso. A Bia que a toda a hora me mandou mensagens a desejar as melhoras.
Não, realmente não estou sozinha por estes lados, e isso é reconfortante.

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