quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sons e imagens

O que dizer dos sons que ouço desde o meu quarto enquanto desfolho um livro numa noite de terça-feira com sabor a quinta? A chuva, as ondas do mar, a buzina insistente de um navio perto da costa. Abro a janela, vejo uma cortina de neblina sobre o mar, tapando o morro do Leme, lá ao fundo quatro navios com luzes amarelas, e à direita, lá longe, o forte de Copacabana também devidamente iluminado.
Não me canso de valorizar estes sons, estas imagens. Sempre desejei viver perto do mar. Às vezes diziam-me que assim deixaria de lhe dar importância. Mas ele está ali, todos os dias, e todos os dias me maravilho com a sua beleza, a sua imensidão, a sua força.
Um dia, era eu ainda adolescente (nossa, quão longe isso está), li uma frase da Sophia de Melo Breyner que me marcou para sempre: Quando morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar. Agora, felizmente, esses momentos são cada vez menos. E não me canso. Nem deixo de o valorizar. De o ver. E de o ouvir.

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