sexta-feira, 3 de maio de 2013

Queima das Fitas 2013


Desde este lado do Oceano, e passados já tantos anos desde a primeira vez que tracei a capa negra de estudante, confesso que me sinto muito longe de Coimbra, da Queima das Fitas, dessa vida de estudante repleta de tradições e simbolismos.
Porém, inexplicavelmente, ontem quando faltavam 20 minutos para a minha aula de yoga, descobri que era quinta-feira, a primeira quinta-feira do mês de Maio... e que, feitas as contas do fuso horário, faltavam precisamente 20 minutos para a Serenata Monumental começar. De imediato, veio-me à memória a imagem daquela mancha negra, solene, que se estendia pelo largo da Sé Velha ao som do trinar das guitarras e da voz dos fadistas. Relembrei a velha cabra, que aparecia no horizonte no meio da rua estreita que descia desde a Alta. Relembrei as músicas, a emoção sentida, os belos e intensos - tão intensos - momentos vividos em cada Queima. Do primeiro ao último dia trajada, às vezes 24 sobre 24 horas acordada, de pandeireta para trás e para a frente, festival de tunas, sarau, baile de gala, garraiada na Figueira da Foz, de direta na praia, noites do parque, o cortejo, o chá dançante, noites e dias que não tinham fim, nem começo, e a perfeita noção que se viviam momentos únicos, intensos, irrepetíveis. E ainda bem que tinha essa noção, e que desfrutei intensa e incansavelmente de cada um desses momentos, com uma energia made in Queima, pois é mesmo verdade que eles não voltam mais...
No entanto, a saudade que sinto é boa, por relembrar o quanto feliz fui naquelas semanas em que Coimbra tinha mais encanto.

1 comentário:

  1. Querida Anita,
    Parece o destino... quando finalmente consegui entrar no teu blogue, leio o teu post sobre a Queima... e que saudades... mas não são daquelas que trazem as lágrimas aos olhos... são daquelas que provocam um sorriso (e um arrepio) quando vejo a minha (e tua, também) cidade cheia de capas negras... as saudades da alegria, das meias do traje rotas, da dança, dos copos (nem sempre com moderação!), da praia, dos jantares, do carro, dos cortejos, do pão com chouriço, das serenatas, dos jantares em tua casa, dos nabos... a minha capa tem segredos... :) a minha cidade maravilhosa tem saudades do teu riso... e eu também, Anita... :)
    Com um brilhozinho nos olhos,
    Cati

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