Foi há precisamente 8 anos. Fevereiro de 2005.
Naquela pequena e luminosa sala do curso de alemão, entre declinações e frases só
compreensíveis com a ajuda do dicionário e de muita persistência, na bela e
saudosa cidade de Stuttgart. Quando nos apresentámos, rapidamente senti uma
enorme sintonia, provavelmente pela proximidade cultural, e certamente pela
simpatia que vinha daqueles sorrisos. Mein Name ist Rafa, ich komme aus Brasil (...) Ich bin Anneliese, ich komme aus Brasil (...) Mein Name
ist Rodrigo, ich komme aus México. A partir daquele momento, não
nos separaríamos mais nos meses seguintes. Através do Rodrigo, conhecemos o
Carlos, o Aram, o Erick. E formámos uma família. Estávamos juntos todos os
fins-de-semana, fazendo jantares ou lanches em casa uns dos outros, conversando
muito, jogando ao risko, saindo para dançar à noite, passeando por aquele belo
parque, saltando no trampolim do AKI... inventando mil e um programas para
estarmos juntos. Eu tinha chegado a Stuttgart há 4 meses e durante esse tempo
tinha estado completamente sozinha, pelo que a minha estadia mudou
completamente a partir do momento em que os conheci.
Quando o Rafa partiu, o primeiro de todos nós,
ficou aquela sensação de ter conhecido uma pessoa maravilhosa e uma grande
frustração por não poder viver mais momentos com ele. Fizeram-se promessas de
amizade eterna, de possíveis reencontros...
Eu tinha 24 anos. Ele, 20! Relembro várias tardes
conversando sobre os nossos futuros, os nossos sonhos... e de partilhar com
ele, com a Anne, a minha certeza de não querer voltar a Portugal, de querer
viver em vários lugares do mundo, de querer continuar a trabalhar em projetos
sociais... Tudo estava em aberto... só tinha esses desejos, esses sonhos, e a
certeza que estava vivendo um ano maravilhoso, repleto de experiências intensas
e aprendendo muito, muito, muito.
Amanhã o Rafa faz 28 anos e às 9h30 chegará ao
aeroporto Santos Dumont para passar 4 dias no Rio. Não consigo evitar
emocionar-me só de pensar que nos reencontraremos. Em Julho de 2010, em plena
lua de mel, eu e o Rich vivemos uns dias maravilhosos em Florianópolis com ele.
As noites de sambinha, o rodízio de pizzas, os passeios pelas praias da ilha, o
serão na casa humilde do amigo pescador, o mate tomado na frente da casa da Natalia, com
vistas para o mar, o arroz de marisco que preparámos, o pão de queijo naquela
casinha tão pitoresca, a chuva que não parava de caír e o Rafa dizendo, a todo
o momento, "Florianópolis é muito
mais lindo com sol"...
Foi na lua de mel quando me apaixonei pelo Rio e disse que queria viver e trabalhar aqui. Do Rio fomos para Floripa, daí para Iguaçu, Buenos Aires, Ushuaia... 5 semanas de muitas aventuras por vários lugares... E, agora, em Fevereiro de 2013, estou vivendo no Rio, prestes a reencontrar-me com este grande amigo, para relembrarmos juntos os momentos que vivemos em Stuttgart e em Florianópolis e para, sobretudo, vivermos momentos também inesquecíveis nesta cidade maravilhosa.
Foi na lua de mel quando me apaixonei pelo Rio e disse que queria viver e trabalhar aqui. Do Rio fomos para Floripa, daí para Iguaçu, Buenos Aires, Ushuaia... 5 semanas de muitas aventuras por vários lugares... E, agora, em Fevereiro de 2013, estou vivendo no Rio, prestes a reencontrar-me com este grande amigo, para relembrarmos juntos os momentos que vivemos em Stuttgart e em Florianópolis e para, sobretudo, vivermos momentos também inesquecíveis nesta cidade maravilhosa.
Confesso sentir um pouco de angústia por pensar que
já se passou tanto tempo. Principalmente quando me deu para fazer as contas e
constatei que tinha 24 anos quando vivi em Stuttgart! Recém-licenciada num
curso com o qual não me identifiquei, comprovando na prática que o que eu
queria mesmo era trabalhar no mundo do social, mais segura que nunca de querer
viver fora do meu país e ainda mais segura de querer estar junto do Rich onde
quer que fosse. Também nessa altura as saudades eram muitas e já não imaginava
a minha vida sem ele...
Vai ser bom, muito bom mesmo, ter estes dias para
poder relembrar o passado, falar do presente e partilhar os sonhos do futuro
com o Rafa. Não me resta duvida que a verdadeira amizade não conhece fronteiras
nem o passar do tempo. Quando as pessoas se querem reencontrar, mais tarde ou
mais cedo, isso acontece. Isso me reconforta, pensando nas tantas pessoas que
se têm cruzado na minha vida e que vão ficando espalhadas pelo mundo. E das quais tenho muitas, muitas saudades.
escreves tão bem o que tantas vezes senti!
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