Fui admitida na Escola Portátil de Música!
A partir de Março, as manhãs de sábado serão de aulas de pandeiro, apreciação musical,
roda de choro e bandão!
Próximos passos até o início das aulas:
comprar um pandeiro e ouvir muito Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Zequinha de
Abreu, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim...
Criada por músicos de choro em 2000 a partir da necessidade de passar
adiante seus conhecimentos sobre o gênero, a Escola Portátil de Música vem,
desde então, protagonizando uma história de crescimento e sucesso. O que
começou com cerca de cinquenta alunos na Sala Funarte passou para perto de cem
na UFRJ, em seguida o número de interessados mais que triplicou no casarão da
Glória, e hoje em dia, no campus da Uni-Rio na Urca, são 34 professores e cerca
de 1.000 alunos de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone,
contrabaixo, violão, cavaquinho, bandolim, pandeiro, percussão, piano, acordeom
e canto - sem falar das aulas de apreciação musical, teoria musical, harmonia,.
prática de conjunto etc. A formação musical oferecida pela Escola Portátil de
Música é completa (teórica e prática), dando ao aluno formado a possibilidade
de trabalhar dentro de qualquer estilo musical, não apenas do choro. Por isso
tantos candidatos buscam se matricular a cada ano, atraídos pela proposta
inédita de promover a educação musical por meio da linguagem do choro. O
objetivo da EPM é dar ao aluno fundamentos educacionais, profissionais, sociais
e emocionais, para que ele possa trilhar uma carreira de sucesso e uma vida
produtiva como artista e como cidadão.
E não somente os alunos são atraídos pelos sons que vêm da Escola
Portátil. Uma legião cada vez maior de fãs, admiradores e entusiastas vem se
beneficiando dos efeitos positivos disseminados a partir da EPM. O ensaio
aberto semanal do Bandão - provavelmente o maior regional do mundo, que reúne
todos os alunos da escola - já virou, graças ao boca-a-boca, uma mistura entre
programa carioca de sábado e atração turística informal. Ali, aos pés do Morro
da Urca, curiosos e amantes da boa música comparecem toda semana para ouvir os
arranjos especialmente feitos para o grupo, seja de clássicos da música
brasileira, seja de composições inéditas.
O choro, uma das mais antigas músicas populares urbanas em atividade,
com cerca de 150 anos de existência, foi a grande escola dos mais importantes
músicos brasileiros, como Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Pixinguinha,
Sivuca, Hermeto Paschoal, Tom Jobim, Altamiro Carrilho, Baden Powell, Raphael
Rabello, entre tantos outros. Surgiu em meados do século XIX no Rio de Janeiro,
a partir de influências diversas que confluíam para a então capital do Brasil,
e rapidamente se espalhou por todo o país. Durante o século XX, o choro
conheceu um notável desenvolvimento, tanto em termos de composição,
interpretação e registro quanto em alcance, tornando-se sem dúvida uma música
nacional. Matéria-prima de compositores que estruturaram a música brasileira,
inclusive a de concerto, como Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Guerra-Peixe, o
choro contribuiu para fazer a nossa música respeitada em todo o mundo. A partir
dos anos 60, entretanto, sem espaço nas rádios, TVs e demais veículos de
comunicação de massa, o gênero passou a ser menos divulgado, e frequentemente
rotulado com uma "música do passado".
É esse o panorama que a EPM e o Instituto Casa do Choro vêm revertendo
com sucesso, por entender que o choro, enquanto uma das maiores riquezas
culturais do Brasil, deve ser continuamente explorado, pesquisado e conhecido,
para gerar cada vez mais frutos. Graças ao alto nível do seu corpo docente e à
sua metodologia de ensino, que privilegia a prática, a composição e o estudo
histórico da música carioca, a EPM vem colocando o choro em posição de destaque
no cenário do século XXI, incentivando jovens compositores que, por seu estudo
do repertório dos mestres dos séculos passados, colaboram para o alargamento do
repertório contemporâneo de forma fundamentada, com base em referências
sólidas.
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