quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mais música!

Fui admitida na Escola Portátil de Música! A partir de Março, as manhãs de sábado serão de aulas de pandeiro, apreciação musical, roda de choro e bandão! 
Próximos passos até o início das aulas: comprar um pandeiro e ouvir muito Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim...


Criada por músicos de choro em 2000 a partir da necessidade de passar adiante seus conhecimentos sobre o gênero, a Escola Portátil de Música vem, desde então, protagonizando uma história de crescimento e sucesso. O que começou com cerca de cinquenta alunos na Sala Funarte passou para perto de cem na UFRJ, em seguida o número de interessados mais que triplicou no casarão da Glória, e hoje em dia, no campus da Uni-Rio na Urca, são 34 professores e cerca de 1.000 alunos de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, contrabaixo, violão, cavaquinho, bandolim, pandeiro, percussão, piano, acordeom e canto - sem falar das aulas de apreciação musical, teoria musical, harmonia,. prática de conjunto etc. A formação musical oferecida pela Escola Portátil de Música é completa (teórica e prática), dando ao aluno formado a possibilidade de trabalhar dentro de qualquer estilo musical, não apenas do choro. Por isso tantos candidatos buscam se matricular a cada ano, atraídos pela proposta inédita de promover a educação musical por meio da linguagem do choro. O objetivo da EPM é dar ao aluno fundamentos educacionais, profissionais, sociais e emocionais, para que ele possa trilhar uma carreira de sucesso e uma vida produtiva como artista e como cidadão.
E não somente os alunos são atraídos pelos sons que vêm da Escola Portátil. Uma legião cada vez maior de fãs, admiradores e entusiastas vem se beneficiando dos efeitos positivos disseminados a partir da EPM. O ensaio aberto semanal do Bandão - provavelmente o maior regional do mundo, que reúne todos os alunos da escola - já virou, graças ao boca-a-boca, uma mistura entre programa carioca de sábado e atração turística informal. Ali, aos pés do Morro da Urca, curiosos e amantes da boa música comparecem toda semana para ouvir os arranjos especialmente feitos para o grupo, seja de clássicos da música brasileira, seja de composições inéditas.

O choro, uma das mais antigas músicas populares urbanas em atividade, com cerca de 150 anos de existência, foi a grande escola dos mais importantes músicos brasileiros, como Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Sivuca, Hermeto Paschoal, Tom Jobim, Altamiro Carrilho, Baden Powell, Raphael Rabello, entre tantos outros. Surgiu em meados do século XIX no Rio de Janeiro, a partir de influências diversas que confluíam para a então capital do Brasil, e rapidamente se espalhou por todo o país. Durante o século XX, o choro conheceu um notável desenvolvimento, tanto em termos de composição, interpretação e registro quanto em alcance, tornando-se sem dúvida uma música nacional. Matéria-prima de compositores que estruturaram a música brasileira, inclusive a de concerto, como Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Guerra-Peixe, o choro contribuiu para fazer a nossa música respeitada em todo o mundo. A partir dos anos 60, entretanto, sem espaço nas rádios, TVs e demais veículos de comunicação de massa, o gênero passou a ser menos divulgado, e frequentemente rotulado com uma "música do passado".

É esse o panorama que a EPM e o Instituto Casa do Choro vêm revertendo com sucesso, por entender que o choro, enquanto uma das maiores riquezas culturais do Brasil, deve ser continuamente explorado, pesquisado e conhecido, para gerar cada vez mais frutos. Graças ao alto nível do seu corpo docente e à sua metodologia de ensino, que privilegia a prática, a composição e o estudo histórico da música carioca, a EPM vem colocando o choro em posição de destaque no cenário do século XXI, incentivando jovens compositores que, por seu estudo do repertório dos mestres dos séculos passados, colaboram para o alargamento do repertório contemporâneo de forma fundamentada, com base em referências sólidas.

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